Infoxicação é um termo criado pelo físico Alfons Cornella para designar a relação entre informação e intoxicação, um mal existente na era digital em que vivemos.
Não dissociado disso, surgem também os conceitos de desinformação e infodemia. O primeiro se relaciona com a simples transferência de informação que, por si só, envolve uma transformação da informação inicial, como se fosse a brincadeira do “telefone sem fio”. O segundo diz respeito à disseminação rápida e ampla de uma mistura de informações corretas e imprecisas sobre um assunto.
Diante da importância da questão, da diferenciação entre os conceitos e principalmente da sua aplicação a conjuntura política brasileira sobre o assunto, pretendo explicar um pouco mais como a infoxicação influencia nossa realidade.
O CONCEITO DE INFOXICAÇÃO APLICADO AO CONTEXTO
A infoxicação corresponde ao excesso de conteúdos que recebemos diariamente e não conseguimos absorver, causando dispersão, estresse e ansiedade. É causada, principalmente, pelo extenso número de veículos de informação que atualmente temos acesso, tais quais, jornais, podcasts, revistas, TV, internet, Facebook, Instagram, Whatsapp, Youtube, Twitter, sendo entendida por alguns como uma doença dos tempos atuais.
Como preceitua Alexandre Real, “o desenvolvimento tecnológico e a consequente facilidade de acesso à informação tiveram um excelente impacto na sociedade, ciência e economia. (…)“ , mas também, resta evidente que a questão também se aplica ao contexto político e traz desdobramentos complicados.
Isso porque, é evidente um maior interesse na política pelo povo brasileiro de uns tempos para cá. Impulsados pelas mídias políticas, sejam elas tradicionais ou sociais, o assunto está cada vez mais presente em muitas situações do nosso dia a dia, não apenas na hora de votar, mas também no ambiente acadêmico, nas mesas de bar, nos almoços e jantares de família. Alguns até ousam dizer que a era do “Política não se discute” acabou.
Por outro lado, a discussão no ambiente das casas legislativas, especialmente do Congresso Nacional, diante dos imensos estímulos e (acesso às) informações recebidas também modificou a forma de se fazer política. Hoje no Brasil, aqueles que foram eleitos para cargos públicos possuem redes sociais e utilizam-se delas para se comunicarem sobre temas importantes, não sendo mais o Plenário da casa o lugar para expressar suas opiniões.
Além disso, no contexto brasileiro, segundo levantamentos, existem mais de 790.000 (setecentos e noventa mil) normas vigentes e uma infinidade de propostas legislativas tramitando em ambas as casas – Câmara dos Deputados e Senado Federal, bem como em suas comissões permanentes e temáticas.
Assim, sem um acompanhamento personalizado e, principalmente, profissionalizado, não há como fazer o acompanhamento de pautas de temas no Congresso. Com tanta informação vinda das mídias, conjuntamente com o extenso número de leis do nosso ordenamento jurídico e o excesso de normas a serem votadas, a orientação profissional, como prestada pela Metapolítica, facilita e auxilia o entendimento.
Mais do que isso, considerando que o volume de informações que recebemos e somos estimulados a consumir é grande, o papel de uma consultoria política pode proporcionar aos clientes um olhar de lupa sobre o assunto em que se necessita o entendimento e evita o fenômeno atual da infoxicação.
Graduada em Direito e Especialista em Direito Processual Civil e Argumentação Jurídica pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG) e Mestranda em Ciências Jurídico-Políticas, especialidade Direito Constitucional, pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (FDUL).
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