As eleições federais costumam tomar boa parte das impressões nas redes sociais e manchetes de notícias. No entanto, uma coesão entre governo estadual e federal tende a ser extremamente positiva para fortalecer a governabilidade. Como exemplo, durante o período Bolsonaro houve uma longa disputa entre União e estados a respeito das políticas de isolamento social e utilização de máscaras, necessitando de um parecer do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o assunto. O objetivo deste artigo é fazer uma breve atualização sobre as disputas para o poder Executivo estadual com alta relevância, seja pelo colégio eleitoral ou pela disputa chamativa. Serão tratados os estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e o Distrito Federal.
Rio de Janeiro (RJ)
Há uma disputa direta entre dois candidatos, o Deputado Federal Marcelo Freixo (PSB), que é apoiado pela esquerda (mesmo com alguns problemas), e o atual governador Cláudio Castro (PL). Na última pesquisa do DataFolha, Freixo e Castro estão tecnicamente empatados com 22% e 23%, respectivamente. Apesar disso, o Índice de Popularidade Digital (IPD) de Freixo dispara na frente com aproximadamente 19 pontos de diferença.
O conflito mais recente que pode complicar a situação do pré-candidato Marcelo Freixo é uma briga com o Partido dos Trabalhadores. Nesse contexto, o PT do Rio de Janeiro suspendeu a convenção da legenda para reavaliar o apoio ao PSB na disputa. Parte da coligação discorda do lançamento de Alessandro Molon (PSB) para o Senado Federal, sendo que, pelas negociações, o acordo seria o lançamento de André Ceciliano (PT).
“Não tem porque continuar fazendo acordo com Freixo se eles não cumprirem acordo com Senado. (…) Acho que deve romper. A minha posição é que nós temos que romper”. VICE-PRESIDENTE NACIONAL DO PT
Outras articulações estão relacionadas ao apoio do Cidadania e PSDB no lançamento de Freixo para o governo, algo que seria de grande relevância no cenário estadual.
Minas Gerais (MG)
Diferente do Rio de Janeiro, o apoio de instâncias federais (Lula e Bolsonaro) é diferente, esta atitude é extremamente estratégica. Em algumas pesquisas foi notado que muitos eleitores do Lula que provavelmente vão apoiar o candidato a reeleição Romeu Zema (NOVO) contra o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD), algo que deixa os estrategistas de campanha de Zema inviabilizados de tomar uma posição muito clara relacionado ao poder executivo federal.
Por outro lado, o PSD emplacou uma aliança com o PT no estado e, oficialmente, Lula apoiará Alexandre Kalil para o governo de Minas Gerais. Apesar de ter influência nesse apoio, a ala antipetista pode ter grande resistência para votar no ex-prefeito.
“Vamos tirar o governador da cadeira em que ele nunca sentou. Durante a tempestade e a pandemia, estava escondido. As estradas estão acabadas – e está fingindo que não é com ele”.
“Essa elite estúpida, gananciosa e ignorante, vamos colocar para fora. Vamos colocar o negacionista para fora do Palácio do Planalto”. AFIRMAÇÕES DE KALIL CONTRA ZEMA E LULA
O Índice de Popularidade Digital expõe 80 pontos de Romeu Zema contra 46 de Kalil. Além do IPD, a última pesquisa Datafolha, do fim de junho, mostra a liderança do atual governador em 27% de vantagem.
São Paulo (SP)
Em São Paulo a disputa se estende para três principais candidatos, o ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas (Republicanos), o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad (PT) e o governador Rodrigo Garcia (PSDB). As pesquisas mostram uma vantagem clara de Haddad no primeiro turno, principalmente após a desistência de Márcio França (PSB) na candidatura ao governo estadual.
“Márcio, obrigado por suas palavras e por seu apoio. Com a sua experiência, vontade de trabalhar e capacidade de gestão, nós vamos mudar São Paulo e o Brasil, juntos com Lula e Alckmin, pelo caminho da união e da parceria, do emprego e da oportunidade, do diálogo e da esperança.” TWEET DE FERNANDO HADDAD PARA LANÇAMENTO DE MÁRCIO FRANÇA AO SENADO
Um primeiro ponto a se destacar é a divisão da ala da direita na disputa do primeiro turno, e por esse motivo Haddad está na frente. Após a saída de França, os votos à esquerda se concentraram. Nas pesquisas feitas no início do mês de julho, o segundo turno também abre uma vantagem para Fernando Haddad, que lidera nos cenários contra Tarcísio e Rodrigo Garcia. No entanto, há uma alta porcentagem de votos indecisos e brancos/nulos/não pretende votar, o que pode mudar o jogo.
Distrito Federal
No DF, o atual governador Ibaneis Rocha (MDB) lidera as pesquisas com 34,5% das intenções de voto. Em seguida, aparece o pré-candidato e senador José Antônio Reguffe (União Brasil), com 14,8%. No entanto, o Reguffe fez a seguinte afirmação: “Forças ocultas estão agindo no meu partido para inviabilizar a minha candidatura a governador. Tramam para que eu seja candidato a deputado.” FRASE DE REGUFFE NAS REDES SOCIAIS
Mesmo com esse cenário incerto para o segundo colocado, Ibaneis certamente é um dos favoritos para a reeleição. No entanto, vale ressaltar o índice de rejeição de 31% do atual governador, que lidera nessa característica.
PESQUISA ESTIMULADA DO METRÓPOLES
Graduando em Ciência Política na Universidade de Brasília (UnB) e Presidente da Strategos Consultoria Política Jr.
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