À medida que vamos nos aproximando do mês de outubro, podemos observar que o nosso dia a dia começa a ser modificado, em certa medida, devido ao fato do ano de 2022 ser ano de eleições.
As campanhas eleitorais são um exemplo dessa modificação, uma vez que neste período estaremos em contato direto com os partidos e com os candidatos a cargos eletivos, sendo que esses se apresentarão para nós, os cidadãos, em troca de votos.
O presente texto, pretende tratar sobre alguns fatores que influem no sucesso (ou não) de uma campanha eleitoral. É sempre importante lembrar que os aspectos abaixo descritos possuem importâncias variadas e que dependem diretamente do momento em que o país está vivendo, podendo, assim, ter uma maior ou menor influência sobre o processo de tomada de decisão pelos cidadãos.
O primeiro deles tem a ver com o próprio perfil do candidato ao cargo eletivo. O aspecto pessoal – porte, modo de falar, personalidade, visual, voz, formação acadêmica e profissional, trajetória política, causas defendidas, entre outros – é um fator com inúmeros desdobramentos que possui grande influência na forma de se criar uma campanha eleitoral para um(a) candidato(a) e também no sucesso dela.
O segundo diz respeito à estrutura da campanha. Este aspecto se relaciona com a questão do financiamento, da contratação de profissionais, das coligações de partidos políticos, do tempo de propaganda nos meios de comunicação… são aspectos estruturais que devem ser observados não apenas pelos candidatos mas por toda a equipe que está à sua volta. Demandando planejamento, uma campanha de sucesso precisa perpassar e depende intrinsecamente da observação de todos e outros vários os aspectos estruturais anteriormente mencionados.
A terceira vertente a ser observada na elaboração e no sucesso das campanhas está ligada às propostas do candidato e o que é defendido por ele, estando conectada diretamente ao quarto aspecto, que trata do momento e do contexto em que estamos inseridos e que vive nosso país. Uma campanha eleitoral é uma campanha de comunicação com a população. É o momento em que o candidato demonstra que entende sua vivência e seus anseios.
Um exemplo disso se deu no ano de 2018, em que vigorava o discurso da renovação política e contra a corrupção, intimamente ligado ao contexto da “Operação Lava Jato”. Tal discurso ainda trouxe algumas discussões e foi utilizado por muitos dos candidatos a cargos eletivos no nosso país, seja no âmbito federal, estadual e municipal, sendo que, ainda em menor medida, influenciou as eleições realizadas dois anos depois, no ano de 2020.
Também possui enorme relevância a questão da cobertura midiática, atualmente ligada à discussão sobre a inclusão das redes sociais (Facebook, Instagram, passando algumas pelo LinkedIn, WhatsApp, Telegram, TikTok, com destaque para o Twitter) no âmbito eleitoral. Isso porque a interação entre mídia e política vem sendo modificada com os anos, ainda que seja necessário observar que as campanhas utilizam dessas ferramentas – juntamente com TV, jornais, revistas e rádio – como ferramentas de contato para com os eleitores.
Por fim, o último aspecto que pode influir diretamente na campanha a ser realizada pelos candidatos a cargos eletivos se dá com os acontecimentos não planejados e que podem afetar de forma extraordinária todo um planejamento e/ou o ambiente eleitoral previamente estabelecido.
Um exemplo claro desse elemento pode ser visto no ano de 2002, com o apagão de energia elétrica ocorrido em nosso país e que, conjuntamente com a exaustão da administração federal do PSDB, culminou na eleição do Presidente Lula.
Diante do exposto, resta comprovado que é muito importante que os partidos devam contratar vários tipos de profissionais, preparar os dirigentes e os candidatos para organizarem suas campanhas eleitorais em uma dimensão complexa, ainda que de maneira simples, assertiva, profissional e profunda.
Mais do que isso, é preciso que seja dominado o conhecimento técnico-científico em vários âmbitos, seja ele sobre o sistema político, o midiático, o de comunicação e sobre vários outros como atributos de imagem, criação das mensagens, de planos estratégicos de forma que sejam compreendidos e se façam entendidos por cada um de nós cidadãos, sendo convertidos em votos no momento certo.
Graduada em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG) e Mestranda em Ciências Jurídico-Políticas, especialidade Direito Constitucional, pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (FDUL).