As eleições deste ano não poderão contar com dois recursos importantes: financiamento empresarial e tempo para campanha. Assim, os partidos deverão se adaptar a essa nova realidade e tentar conquistar o voto com pouco dinheiro e pouco tempo. Nessa situação, o uso das redes sociais e das informações veiculadas serão determinantes para o êxito de uma campanha e, por isso, a tecnologia de big deep data[i] terá um papel crucial.
Mesmo sem fazer juízo de valor sobre o assunto, não se pode negar que as eleições nas democracias modernas têm sido condicionadas significativamente pelo marketing eleitoral. De fato, não é preciso muitos argumentos para se constatar a proeminência dos “marqueteiros” políticos, especialmente em eleições para o Poder Executivo, nas campanhas de muitos países. De igual modo, não é muito exagero atribuir a vitória ou derrota de algum candidato à estratégia de marketing adotada por ele.
Como se sabe, a finalidade primária do marketing é vender um produto, a partir do convencimento do cliente. No marketing eleitoral, busca-se convencer o eleitor a votar ou deixar de votar em determinado candidato. Assim, as ações serão direcionadas para ressaltar as qualidades de um candidato ou para “descontruir” o seu rival.
Mais recentemente, as mídias sociais alcançaram um domínio hegemônico, de modo a provocar ditados como “se algo não está na internet, não existe”. O número gigantesco e incalculável de informações que circulam diariamente nas redes sociais pode se tornar um problema quando não se está preparado para esse cenário, mas também pode ser uma oportunidade para aqueles que souberem fazer o uso adequado dessas ferramentas.
Retomando a linha do marketing nas eleições, em tempos de redes sociais, tem-se um fenômeno curioso e cuja dimensão ainda não é suficientemente conhecida: a cibercidadania, isto é, formas de participação política que se dão especialmente na internet. Como os políticos devem lidar com as mídias sociais? E, no caso em questão, como os candidatos devem se relacionar com os cibereleitores ou cibercidadãos?
Considerando a noção de marketing eleitoral, quem deve conhecer quem? O candidato deve conhecer o eleitor para conquistar seu voto ou o eleitor deve conhecer um candidato para formar o seu voto? Embora a resposta num ou noutro sentido sejam possíveis, é preciso chamar a atenção para um fator importante: análises de big data ainda são muito mais acessíveis a um candidato ou a um partido do que ao eleitor comum e, nesse sentido, é muito mais viável conhecer as demandas e preocupações de possíveis eleitores, inclusive da percepção que eles têm sobre o candidato. Nessa perspectiva, o cruzamento de dados digitais favorece uma visão mais acurada e, partir dela, uma maior capacidade de influência na formação de um voto, por parte do candidato.
Levando em conta as condições já mencionadas das eleições deste ano, pouco recurso financeiro e tempo, o big data e a análise das mídias sociais serão ferramentas ainda mais indispensáveis para a disputa eleitoral. A Metapolítica espera que a tecnologia e as plataformas digitais sejam utilizadas de maneira ética e que favoreçam a democracia e a participação cidadã no país e não para promover distorções e a disseminação das chamadas fake news.
O gráfico acima é um exemplo de análise da representatividade dos possíveis candidatos ao governo do Distrito Federal nas principais redes sociais (YouTube, Twitter Facebook e Instagram, inclusive os Stories no caso das duas últimas citadas). As linhas consideram a variação do engajamento desses políticos nos últimos 30 dias, comparando-os entre si. Nesse gráfico, a linha de um candidato só vai expressar variação se ele ganhar ou perder posições dentro desse universo de candidatos, independentemente do número isolado de publicações que o envolva.
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[i] Saiba a diferença dessas aplicações em https://goo.gl/EZAcA7